terça-feira, 19 de agosto de 2014

FILHOS - Quando os opostos se atraem!

Sabe aquela história de que os opostos se atraem? Entre nós dois, eu e Matheus, ela cai como uma luva. Ontem a noite estávamos estudando para sua primeira prova da semana: Língua Portuguesa. Ele detesta! Eu amo! E, no meio daquela situação, digamos, delicada, em que ele mesclava dor de cabeça (pra não enfrentar a realidade!), dor de barriga (hiper ansioso com a prova!) e uma vontade louca de fugir dos estudos comecei a pensar o quanto somos diferentes, embora tenhamos sim muitos pontos em comum. 

Começando pela escola, meu moleque gosta dos números. Tem uma facilidade incrível em fazer continhas de cabeça. Somar e subtrair fazem parte da sua vida até nas brincadeiras. Ele gosta. Tem familiaridade. Se sente em casa com os números. Eu detesto! Sempre detestei. E muitas vezes me questionava "Por que tenho que aprender isso?". Mas seguia meu caminho, tentando fugir das exatas. Acho que foi o primeiro sinal, ainda na minha infância, que o jornalismo começou a surgir como uma luz no fim do túnel... rs

Amo língua portuguesa. Escrever sempre foi uma paixão. Paixão que invadiu minha vida desde muito pequena. Eram as minhas lições de casa favoritas. Redação então, o meu porto seguro. Era quando podia viajar sem sair de casa. Dar asas à imaginação numa folha de papel. Já, Matheus, tem outro ponto de vista... Lições de casa de português são as mais chatas para ele. Redação então, o fim do mundo. "Pra que preciso fazer esse texto?" escuto do meu menino, que enrola com lápis em punho e tem uma dificuldade imensa de dar o ponta pé inicial no seu texto. E tento passar meu amor pelas letrinhas, mas o que escuto é "Gosto mesmo é dos números!"

Na comida é a mesma coisa. Eu gosto de doce, ele de salgado. Apesar disso, ele não dispensa um chocolate, que, dentre os doces é o que eu menos gosto. Amo canjica. Ele, detesta. Pra mim, panqueca de palmito. Pra ele, só de queijo. Arroz com feijão todo dia cansa. Pra mim, que fique claro, pra ele, pode ser todo dia, de domingo a domingo. 

Voltando à escola, sua matéria favorita é educação física! Exatamente aquela disciplina que eu adorava fugir nos tempos de escola. Se tiver uma bola rolando então, ele ganhou o dia. Adora brincadeiras com bola, seja futebol, queimada ou qualquer atividade que inclua a pelota. Eu nunca tive a menor habilidade com a redonda. Uma verdadeira catástrofe, que me distanciava cada vez mais da danada. 

Matérias objetivas e que demandam uma aula prática são seu forte. Ama robótica. Gosta de artes. Gosta de botar a mão na massa. De correr de um lado pro outro. Atividades que usem o corpo principalmente. Ah, como eu era diferente... se eu pudesse ficava com os livros, com os textos, mergulhava no passado com as aulas de História e me deliciava com os textos nas aulas de Português. 


Artistas: Mat e Rafa fazendo "arte" com tinta!
Ele ama também tudo que envolva raciocínio lógico. Por isso se encontra na matemática, na robótica, no jogo de xadrez e nos inúmeros jogos de raciocínio que tem em casa. Eu raciocino mais se for pra juntar as letrinhas e não os números... 

Ele, aos 8 anos de idade, ama carro. Sabe onde fica o acelerador, a embreagem, o freio e como ajeita banco e retrovisores. Eu, com 8 anos, só reparava que o carro tinha espelho pra eu dar uma olhadinha no cabelo... 


Ele ama água e piscina cai bem até gelada. Eu fujo de água e se for fria pior ainda. 

E assim seguimos os nossos caminhos... descobrindo nossas diferenças e ajudando um ao outro a descobrir um pouquinho de prazer pelo que a princípio não gostamos nem um pouco. "Mãe, como pode você não gostar de matemática?", escuto dele. "Matheus, juntar letrinhas e fazer um texto é mágico!", digo a ele. 

Ele tão racional. Eu tão emoção. 





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