sábado, 11 de agosto de 2012

GASTRITE INFANTIL: por essa eu não esperava

Há algum tempo Matheus tem reclamado que volta um "gostinho ruim" na boca, segundo ele. Um tempo depois, a queixa aumentou. Agora além do gostinho voltava também pequenos pedaços de alimentos que foram ingeridos algumas horas antes. Levamos a questão à sua pediatra, que a principio suspeitou de refluxo, mas não abriu mão de uma endoscopia digestiva para ter certeza do diagnóstico.
Confesso que não foi fácil autorizar meu pequeno-gigante a passar por uma endoscopia. Eu mesma já fiz o exame várias vezes, mas quando recebi todos os cuidados do procedimento quando se trata de uma criança, tive um aperto no coração. Pra começar, a endoscopia em criança é feita em centro cirurgico, pois trata-se de uma paciente mais delicado do que um adulto.
Enfim, nessa hora o racional teve que falar mais alto e ontem fomos nós três - a mãe, o pai e o paciente - para o Hospital Sírio Libanês, às 6h da matina para encarar o fato.
Graças à Deus ocorreu tudo bem. Algumas horas depois, o Matheus já estava ótimo, tranquilo, brincando como se nem tivesse tomado uma anestesia horas antes.
E foi nesse momento que recebemos o diagnóstico: gastrite!
Nem o médico que realizou o exame estava acreditando muito. Segundo ele, não é tão comum gastrite nessa faixa etária e que necessita tratamento.
Depois da surpresa, vem a culpa (e como mãe gosta de assumir culpas!). Errei na alimentação dele? Mas quem conhece o Matheus e o seu histórico alimentar sabe do que estou falando. Ele tem uma relação complexa com comida, embora esteja muito melhor do que dois, três anos atrás. Errei no modo de agir com ele? Sou agitada, sou nervosa, sou ansiosa até o último fio de cabelo... será que passei tudo isso à ele e por isso gerou essa ansiedade toda que passou os limites do estomago? Não sei... Mas também não é só isso... tem a pressão escolar que ele mesmo criou na própria cabecinha. Ele quer ler, ainda não consegue e se cobra demais com isso, mesmo a gente falando para relaxar e dar tempo ao tempo.
O fato é que agora estamos em busca de um gastro infantil. A psicóloga que o acompanha há quase dois anos já está sabendo também para ajudar com o lado emocional. A alimentação, claro, vai ter que passar por algumas modificações: menos batata frita, menos suco de abacaxi, menos chocolate - acho que suas três paixões na culinária! rs
Mas o negócio é tocar o barco e enfrentar mais essa maré forte...
Abaixo um pouco sobre gastrite infantil, que encontrei no site  da Revista Claudia.

 

 

Como tratar a gastrite infantil

As causas da gastrite infantil são variadas e é comum que haja mais de um fator para a doença. O principal, porém, é o estresse. Submetidas às pressões da escola, donas de agendas cheias e frequentemente expostas a tensões familiares, as crianças são vítimas fáceis do estresse e, por tabela, das doenças desencadeadas por ele – sobretudo a gastrite. Junte-se a isso a predisposição genética (normalmente, os pais sofrem ou já sofreram do problema), alimentação inadequada (frituras, refrigerantes, alimentos muito condimentados e sucos artificiais), horário irregular para as refeições e o quadro está completo. “Problemas alimentares dificilmente são a única causa nessa idade. Na maioria dos casos, há nervosismo por trás”, observa a gastroenterologista Yu Kar Ling Koda.

Dores e náusea

O estresse desperta um mecanismo perverso no nosso organismo – e que não poupa as crianças. Quando estamos sob tensão e ansiedade, nossas vias nervosas ativam o hipotálamo, região do cérebro que fabrica adrenalina e noradrenalina. Essas substâncias, por sua vez, estimulam a produção de ácido clorídrico. Indispensável para a digestão, esse ácido, quando secretado em quantidades acima do necessário, irrita as mucosas do estômago e causa a inflamação característica da gastrite. Frágil, o órgão se contrai, provocando dores e náusea.

Remédio, dieta e terapia

O tratamento da gastrite infantil envolve antiinflamatórios, dieta e, muitas vezes, acompanhamento psicológico. O pediatra ou o gastroenterologista deve receitar remédios para combater a inflamação e prescrever uma alimentação que não irrite o estômago.

Veja algumas dicas para não estressar seu filho:

• Sempre que possível, a criança deve ficar longe das brigas familiares. Quando os pais discutem, ela se sente responsável, percebe que é impotente e acaba angustiada e insegura. A ansiedade pode transformar-se facilmente em males físicos.
• Não menospreze as queixas da criança sobre a escola. Professores que cobram bom desempenho sem estimular o aluno são outra causa comum do estresse. Converse com o professor sobre a importância de elogiar, de dar instruções claras em sala de aula e de respeitar a individualidade de seu filho.
• Toda criança necessita de tempo livre para brincar, cochilar ou simplesmente não fazer nada. Essa é a maneira mais eficiente de desenvolver aptidões e compreender o mundo em que vive. Agendas lotadas farão com que fique agitada e não saiba conviver com momentos de solidão e descanso.