terça-feira, 2 de setembro de 2014

VOVÓ: Uma viagem entre gerações

A vó, os netos e o Chevette: muitas "aventuras"
pra contar! 
Meio-dia. Hora de sair de casa com os meninos para o futebol do Rafa no colégio, eis que sugiro irmos a pé pra fazermos um "aquecimento" (que pra mim era, na verdade, uma tentativa de sair do sedentarismo). Mat topou de imediato. Mas Rafa estava preguiçoso. Não queria ir a pé. Dizia que não ia aguentar fazer a aula depois. Que ficaria muito cansado. Motivo justo, por sinal. Mas a salvadora da pátria do Rafa estava bem ali, ao nosso lado, presenciando nossa conversa. A vó. Eis, que ela surge com uma solução: "Quer que eu te leve de Chevette?" A proposta era irrecusável, principalmente em se tratando do Chevette! Os meninos são alucinados pelo carro da vó. Carro "véio", como ela diz. Carrão, para eles! Dar uma volta com a vó no Chevettinho - 88 é um programão pra molecada. Na hora os olhinhos do Rafa brilharam. E lá foram eles - vó e Rafa para uma ida especial ao colégio. Dessa vez Mat não cedeu, queria mesmo ir a pé, mas muitas outras vezes não resistiu ao passeio também. Aliás, Mat já andou muito mais de Chevette, afinal era a vó que o levava no colégio todos os dias nos seus primeiros anos de vida escolar. 

E olhando meu pequeno seguindo todo feliz ao lado da minha velhinha não tem como não me emocionar. Os dois esbanjam alegria nesses momentos mais simples da vida. Nessa hora você percebe que não precisa muito para ser feliz. Ela, feliz por ter ao lado o neto caçula, que fez questão da sua companhia. Ele, se achando todo importante por que ia pra escola com a vó. A diferença de idade dos dois, que não é pouca, some nesses momentos. A vó vira criança com a maior facilidade do mundo. Embarca com os netos nas brincadeiras mais malucas inventadas por eles. Muitas vezes, eu mesma digo: "Deixa a vó sossegada, não exagera!". Que nada... a vó quer e se entrega nas fantasias das histórias inventadas pelos meninos. 

E assim a sala da casa da vó vira parque de diversões. Ora estão jogando uma partidinha de tênis, ora estão disputando no futebol de botão. Tem boliche. Tem peteca. O tapete da sala vira pista de Hot Wheels. E tem também as brincadeiras exclusivas, em que eles não permitem a entrada de "intrusos". "Vó, vamos pro quartinho brincar de vizinhos? Mãe, você não pode entrar, tá?". E lá vão eles, Rafa e vó para mais uma aventura.

E daí vem a certeza: como é bom ter vó por perto. Vó tem a paciência que não tinha quando era apenas mãe. Vó não tem a responsabilidade do educar e com isso relaxa e curte com mais intensidade a vida do neto. Vó ama em dobro e parece, muitas vezes, querer recuperar o tempo que perdeu ou que não curtiu o próprio filho, por meio dos netos. Por que antes ela tinha que conciliar a família, a casa, o trabalho, as finanças, a educação, enfim, a correria não permitia a brincadeira. Vó parece ganhar uma dose extra de paciência, de dedicação, de vontade de viver, de curtir, de aproveitar. 

Quantas vezes não escuto da minha mãe: "A casa sem os meninos fica vazia, triste. Sinto falta do barulhinho deles por aqui". Por que criança é vida. E a vó quer vida para alegrar seu dia! Com a vantagem de ter também seus momentos de paz e tranquilidade, sempre que quiser. É a fase da vida em que se tem menos responsabilidade, mas vive com mais intensidade. Não tem tempo a perder. Agora é a hora de viver! 

A troca de conhecimentos também é mágica. Os meninos mostram pra vó os novos jogos eletrônicos que descobriram e deixam ela embasbacada com a facilidade em que aprendem os novos comandos. Pra ela, aquilo é incrível, afinal, não tem a mesma habilidade dos pequenos com tecnologia. Ela, por sua vez, proporciona uma volta ao passado, que nenhuma aula de história conseguiria passar com tanta intensidade. Fala da época em que andava de bonde. Conta que na sua sala de aula haviam apenas meninas. Que brincava de carrinho de rolimã pelas ruas de terra do bairro. Que empinava pipa em cima do telhado. É... essa vó era moleca! Um tempo atrás ela e o Matheus brincavam de "O que é o que é". De repente ela diz assim: "O que é que desce cantando e sobe chorando?". Matheus não fazia a menor ideia. E a resposta, foi uma surpresa: "O poço!".  "Poçooooo. O que é poço, vó?" Ela, depois de cair na gargalhada, contou pra ele, que era do poço que sua mãe pegava a água, que não existia água encanada e por aí a conversa foi longa... 

Muitas vezes o Matheus já entrevistou a vó para o colégio. Sobre sua época de escola. Sobre os meios de transporte do passado. Sobre as brincadeiras da sua infância. E sempre que a escola pede para que eles entrevistem alguém mais velho, sobre suas experiências, ele chega todo feliz dizendo: "Preciso entrevistar a vó! Tem que ser a vó!", todo orgulhoso. Por que no fundo, ele sabe, o quanto ela, com seu jeitinho simples e carinhoso, pode ensinar para ele e tornar sua vida muito mais rica em conhecimentos da vida! 

Feliz de quem tem uma vó para curtir de pertinho! 




12 comentários:

  1. Me emocionei com sua história amiga.....por que nada como ter a avó sempre por perto....eu tenho a minha que me enche de mimos ate hoje, assim como minha mãe que e uma grande vó e torna minha caminhada mas facil....linda materia

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  2. amaurikravaski@bol.com.br2 de setembro de 2014 às 16:25

    Perfeito. Um avô/ avó (lembre-se de nós, pobres vovôs esquecidos) tem uma troca de experiências e aprendizados que não existe entre pais (e mães... Rsrsrsrs) porque os pais estão preocupados, entre outras coisas em educar, o que, convenhamos..... Não é o nosso forte (já fizemos a nossa parte).... Kkkkkkkkkk

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  3. Amei seu texto q vovó fofa.
    Minha mãe também curte pacas os meus pequenos, e por causa da distância ambos sentem faltas, mas as visitas são intensas cheias de brincadeiras, eles adoram pintar desenhos de lápis, canetinha, esses dias até a bisavó tava pintando, amei a cena.
    Parabéns vc escreve muito bem torna os textos gostosos de ler. Bjssss

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  4. LINDO ADRIANA AMEI PORQUE EU PASSEI A MAIOR PARTE DA MINHA INFANCIA NA CASA NA CASA DE MINHAS.AVOS PRA MIM IR PRA ESCOLA PORQUE MEUS PAIS MORAVAM NA FAZENDA E COMO ERA BOM O CARINHO DE VÓ,EU DEITAVA NO SEU COLO E ELA FICAVA, FAZENDO CAFUNE NA MINHA CABEÇA ATE EU DORMIR E EU ADORAVA SAUDADES - Inês Regassi

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  5. Muito lindo este carinho que a Srª tem por seus netos, viu Dª Ivone. Eles com certeza, saberão retribuir todo este carinho. - Marcia Maria dos Santos

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  6. que linda a Dona Ivone ......... manda um bj pra ela....- Pérsia Monteiro

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  7. Adoro a Dna Ivone...mande muitos bjs a ela!!!! - Flavia Vicinanza

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  8. sem elas tudo seria mais difícil.- Luana Lafratta

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  9. A vó Ivone é demais! Fico muito feliz por ter conhecido essa vó tão maravilhosa, tão carinhosa com todos.

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  10. Juliana Baitello Ramos26 de setembro de 2014 às 17:01

    Ter vovó é realmente uma sorte inigualável.. E ainda bem que me encaixou nesse grupo de privilegiados! E mais, tirei a sorte grande dessa vó que foi descrita ser a minha!!! Ai como eu amo!!! Como não lembrar dos brincadeiras - de menina, no caso - de ser cabeleireira, pentear, maquiar e emperequetar a vó e ela simplesmente amando tudo aquilo!! O jeitinho como ela topava toda e qualquer brincadeira!! E hj em dia a delicia de ter vó continua!! Agr é nas confidências, vibrações e torcidas que, a cada palavra, mudam o meu dia e dao mais alegria a minha vida!! Ai como eu amo ter vó! Ai como eu amo a Ivoninha!!!

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    1. Juliiiiii vou mostrar pra Ivoninha... e, certamente, ela vai chorar! Linda vó! Linda neta!

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