terça-feira, 16 de setembro de 2014

10 Coisas que aprendi com meus filhos!

1 - Que uma palavra vale mais que um tapa. 

Sim, sou da geração "chinelada". Bobeou, apanhou. Respondeu, apanhou. Fez birra, o chinelo cantou. E, embora sempre disse pra mim mesma que com meus filhos seria diferente, cai sim em tentação algumas vezes e apelei pros tapas. E a conclusão que chego, pelo menos da experiência vivida aqui em casa (que fique claro!) é de que não adiantou em nada. Muito pelo contrário. Rafael, o meu rebelde de plantão, começou a ficar cada vez mais agressivo com os gritos e tapas que levava. Na hora, até resolvia. Claro, ele ficava assustado, com medo da mãe e obedecia. Mas aos poucos fui percebendo que seu comportamento estava cada vez pior. Gritava quando queria alguma coisa, levantava a mão pra bater no irmão, começou a ficar irritado por nada. Aí a luz vermelha acendeu: logo eu que queria tanto educar o moleque estava deseducando? Por que o tiro estava saindo pela culatra... Olhei pra mim e vi que Rafael estava sendo meu espelho! Reconheci meu erro e mudei meu comportamento com ele. E a nossa relação também mudou... Claro, sou humana. E as vezes me descontrolo. Ninguém é equilibrada 24 horas por dia, que fique bem claro! Mas hoje o tom agressivo deu lugar para a harmonia e nossa vida está muito melhor. E, para quem não acredita no poder da fala, tente. Temos conseguido resultados fantásticos aqui por meio da conversa... e muita conversa. 


2 - Que um filho não é igual ao outro messsssmo. 

Sim. A afirmação é batida. Mas só quem tem dois filhos ou mais pra saber o real significado disso de fato. Aqui tenho a água e o vinho. Um curte comer e o outro é super seletivo. Um adora cozinhar o outro foge das panelas. Um é mega organizado, o outro é o desorganizado em pessoa. Um expressa seus sentimentos com clareza e profundidade (Mãe, tô com ciúme!), o outro é mais reservado (finge que nem te dá bola...). Um é tirador de sarro, o outro mais sério. Um é louco por animais, o outro é louco por pessoas. Enfim, cabe aos pais saber lidar com as diferenças no dia a dia e respeitar o jeitinho de cada um. 


3 - Que educar não é uma receita de bolo. 

Filho não vem com manual de instrução e educar não é uma receita de bolo. Não acredito em regras. Acredito em conceitos que funcionam mais pra uma determinada família e menos para outras. E, muitas vezes, o que funciona pra um filho, não apresenta o mesmo resultado para o outro. Aí de novo o feeling entra em ação. 


4 - Que precisamos aprender a OUVIR de fato e verdadeiramente nossos filhos 

Quantas e quantas vezes a criança está ali ao nosso lado tagarelando e, nós, fingimos ouvir e apenas respondemos com um "Hum" ou "Ahamm", mas sequer escutamos o que eles disseram? Sim, temos sim o direito de não estar "a fim" de escutar o tempo todo. Mas sejamos honestos. Se coloque no lugar da criança. Quem gosta de se sentir falando sozinho? Ninguém, né? Melhor nessa hora, ser franco, pedir um tempo pro filho, explicar que está ocupada, que está preocupada com alguma coisa, enfim, dizer que naquela hora você não conseguirá dar a atenção que ele precisa. E eles entendem viu... Boto isso em prática aqui sempre que preciso. Antes, eles ficavam chateados (e as vezes irritados) por que percebiam que não tinham a atenção que esperavam... 


5 - Que não adianta encher os filhos de perguntas, pois o retorno virá nas conversas mais espontâneas

Sempre que buscava o Matheus no colégio o enchia de perguntas. "Como foi sua tarde? O que aprendeu? Brincou? Se divertiu? Aprendeu o que de novo?". E o máximo que tinha de retorno era sim, não, bem, bom, mais ou menos. Era frustrante pra mim, que continuava curiosa e incomodada com a falta de interesse dele em falar. Era chato pra ele, que se via questionado, interrogado, as vezes pressionado! A ficha caiu e aprendi essa lição! Claro, que na volta pra casa pergunto se a tarde deles foi boa... e só. O retorno vem deles, aos poucos. As vezes, fico sabendo de alguns episódios que vivenciaram somente alguns dias depois. Sem problemas. O que quero é que eles saibam que podem confiar, desabafar e trocar experiências de vida. Mas quando eles estiverem a fim, sem pressão, sem pressa, espontaneamente. 


6 - Que é preciso respeitar suas escolhas e escutar suas vontades sim. Isso não significa ser subserviente!

Criança precisa de orientação. Não consegue saber o que é melhor pra ela por si só. Mas, convenhamos, não precisa de ditadura nessa relação, né? Matheus, por exemplo, faz natação há 5 anos, desde os 3. Nada como um peixinho. Ama água. Mas cansou. Está de saco cheio. Quer parar. Conversamos ao longo dos últimos meses (até seu plano chegar ao fim) e explicamos pra eles todos os benefícios do esporte. Ele está relutante. Quer realmente dar um tempo nas aulas. Ok. Seu desejo será atendido, mas ele sabe que terá que praticar outro esporte e o escolhido foi o futebol (que ele já faz no colégio e agora quer fazer fora de lá também, numa escolinha). Acredito até que daqui um tempo ele volte, afinal ama água. Mas não quero ter uma queda de braço nesse momento e nem tornar o esporte uma obrigação. Tem que ser uma atividade prazerosa, senão perde o sentido. E, claro, tem situações em que a vontade da criança não prevalece (não dá pra parar de estudar ou interromper um tratamento médico, por exemplo. Aí vai do bom senso e responsabilidade de cada família!). 


7 - Que comer uma "porcaria" de vez em quando não é o fim do mundo. 

Salgadinho de pacote, batata frita, doces, bolacha recheada e refrigerante são conhecidos pelos meninos aqui por "porcaria". Eles sabem que esses alimentos não fazem bem à saúde e, por conta disso não podemos comer todos os dias. Masssss alguns desses itens caíram no gosto deles. E, vez ou outra, escuto um pedido "Faz tempo que não como bolacha recheada, né mãe?". E, de vez em quando, seus pedidos são atendidos. E, como não é corriqueiro logo a vontade é saciada e os outros alimentos tomam seu lugar de destaque novamente... Sem estresse. Sem desespero. Sem neura. 


8 - Que precisamos acreditar na capacidade deles de se relacionar com os outros 

Dia desses minha mãe foi pro parquinho com os meninos e percebeu que o Rafa estava sendo ignorado pelos meninos maiores. E ela voltou furiosa. "Como pode? Não deixavam ele brincar?". Fui entender a história. E percebi que minha mãe estava muito mais incomodada do que o próprio Rafa, que sequer tinha percebido o tal descaso. Aí parei pra pensar quantas vezes a gente (pai e mãe) toma as dores dos filhos para nós e, muitas vezes, nos intrometemos nessas relação infantis. Claro, acredito que os pais devem sim intervir quando há um atrito, uma agressão física ou quando as crianças precisam de uma intermediação. Mas se interferirmos o tempo todo, como eles vão aprender a se relacionar? Como vão se posicionar diante de uma brincadeira? Como vão crescer e adquirir maturidade? Não é largar e "jogar no mundo", mas sim deixá-los caminhar com as próprias pernas e ficar de olho, sem perder de vista... 


9 - Que não devemos ter pressa e seguir tantos manuais e regras ditas como certas. 

Hoje em dia tem regra pra tudo. Idade pra desmamar. Idade para o desfralde. Idade para ir à escola. E por aí vai... É como se seu filho não estiver dentro desses "padrões", ele será excluído da sociedade. Rafael foi pra escola com quase 4 anos. E quantas bobagens ouvi... e por alguns instantes cheguei quase a acreditar... ainda bem que fiquei no quase. E dormir na cama dos pais? Nossa, é quase que um pecado capital! E ficar com o recém nascido no colo por mais tempo? Meu Deus, não poooooode, ele vai ficar mal acostumado! E daí? Hoje meus filhos tem 8 e 4 anos, ninguém quer mais colo e dá uma saudade danada daquela época. Passou. Tudo passa. Ninguém sofreu. Ninguém ficou mais ou menos mimado por isso. Simplesmente passou. E ainda bem que curtimos cada um desses momentos... 


10 - Que a maternidade é a melhor escola prática de amor, troca e alegrias da vida! 
E que conseguimos amar 1, 2, 3, 4 ou quantos filhos tivermos com a mesma intensidade! 






6 comentários:

  1. Como sempreeee arrasando nos seus posts, só uma perguntinha, quando sai o primeiro livro ??? Amigaaaa seria um estouro em vendas, vai por mim !!! Td exatamente perfeito, como me sinto como mãe e como acontece na minha casa, ai entra a bruxinha que acho que de vez em qdo aparece por lá, claro vc ... rs rs rs !!! Simplesmente PERFEITOOOO e mega complicado, mas tbm não viveria mais sem esse ser tão pequenino !!! Mais uma vez Parabénssss amiga !!!

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  2. É gostoso, leve, acolhedor quando trocamos experiências reais!
    Quando o certo não é tão certo e errar não é errado.
    Tentamos, tentamos o tempo todo acertar, principalmente quando estamos falando de filhos, mas não é possível, cada um é de um jeitinho único, não tem como seguir um manual de verdades, por isso nunca saberemos se de fato isso ou aquilo é o melhor a ser feito, a única certeza é que seguimos amando, errando, acertando, mas não sei muito bem em que ordem ou quando isso acontece!
    Adriana seu texto é incrível e real, adorei! Bjs.

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  3. É impossível não sentir vontade de derramar algumas lágrimas com esta leitura. É bom demais ler o que escreve gente como a gente. Li tanta coisa quando eu estava grávida e teve época que eu achei que o excesso de informação estava mais atrapalhando do que ajudando. Seu texto traz um conforto tão grande para mães assim desse meu jeito que procura olhar para a criança e ver nela um ser humano que precisa de mim para crescer, mas que ao mesmo tempo tem muitas vontades já guardadinhas dentro de si. Acredito que ser mãe é exatamente isto, saber pesar razão e coração o tempo todo e ter sensibilidade suficiente para perceber o ser humano que está do outro lado da relação. Amei o texto assim como amo tudo que você escreve. Beijos amiga!

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  4. Adorei a idéia do livro tb acho q vc tem o dom. Amiga realmente erramos com a certeza q estamos acertando é como a Camila disse agir com a razão x coração o tempo todo. Mas vc escreveu algo q me vi ..."NÃO DÁ PARA SER EQUILIBRADA 24 HORAS"
    Tenho o Caua 7 anos e Pedro 1 ano pessoas hiper diferentes, e confesso q tem hora q a confussão é gde e eu surto legal ... adorei seus comentários e realmente não há regras e receitas a serem seguidas na íntegra.
    Hiper bjsss

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  5. Dri, adorei o seu texto! Não existe manual de instrução para os filhos e mesmo que tivesse seria um diferente do outro. Tem muito livro por aí dizendo como devemos fazer, o que e como falar, como agir em cada situação. Mas não adianta não tem "receita de bolo" para essas criaturinhas maravilhosas! Parabéns.

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  6. Parabéns pelo texto!!! A gente investe, investe, investe numa boa educação e depois é só correr pro abraço, né??? Porque dá um baita trabalho, mas é tão compensador! Beijos

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