terça-feira, 28 de outubro de 2014

COMPORTAMENTO - Seu filho já te surpreendeu?

Mat e Rafa - Porque filhos surpreendem! 


Quem me conhece sabe que sou uma mãe presente, participativa e que faço isso realmente com prazer e não por obrigação. Curto observar minhas crias, reconhecê-los em cada gesto, compreender cada costume, cada mania e, por que não, cada defeito também. É meio que um vício meu observar e reconhecer cada "pedacinho" dos meus meninos. Seja fisicamente. Seja emocionalmente. 

O fato é que, por conta dessa minha "mania", poucas vezes fui surpreendida pelo comportamento do Matheus. Eu reconhecia (e reconheço) seus gestos, seus gostos, seus costumes. Sempre brinquei que nós nos falávamos muitas vezes pelo olhar. Bastava um olhar do meu grandão pra eu entender o que ele queria ou o que estava o afligindo. Claro, que algumas vezes, ele me surpreendeu. Mas, sempre de leve... seja por que me deu um beijo repentino ou quando fez uma "arte" porque foi no embalo de um colega. Mas, em sua essência, eu conhecia e reconhecia meu filho. 

Pois bem. Nesse clima e nessa energia resolvemos que era hora de termos o segundo filho. E, claro, que eu pensei que seria da mesma maneira com o Rafa, afinal, a mãe era a mesma. Pra mim era claro que ele teria outros costumes, outras manias (ou não!), mas o fato é que pra mim eu saberia identificá-los e reconhecer quem era afinal meu segundo filho, respeitando suas características, sua essência. 

Rafa sempre foi muito diferente do Matheus. Foi um bebê mais agitado, mais bagunceiro. Foi também um bebê muito chorão. Rafa chorava por tudo ou quase tudo. Chorava se tinha fome. Chorava se tinha dor. Chorava se queria algo. Chorava se não queria mais alguma coisa. Chorava e ficava nervoso, irritado com muita frequência. Não preciso nem falar que o primeiro ano de vida dele foi uma revolução pra família toda. Nervos à flor da pele, paciência no limite, vontade de sair correndo, muitas vezes. Mas correr pra onde? Se o amor era imenso e já não conseguíamos mais viver longe daquele taurino chorão? Brincadeiras à parte, aos poucos fui moldando "quem era o Rafa" na minha opinião, no meu conceito. Quem era o Rafa pra mim e, com orientação daqui, conselhos dali, fui aprendendo a lidar com esse novo integrante da família sem dar rótulos (tenho pavor de rótulos!), respeitando esse novo serzinho. 

No ano passado, quando Rafa ainda não estava no colégio e eu já sabia quem seria a sua professora em 2014 (ela foi também professora do Matheus, anos atrás) eu costumava brincar com ela na calçada. Dizia que ela teria um aluno mais danado, mais traquina. Em casa, quando tentávamos ensinar algo novo pro Rafa, seja a primeira letra do seu nome ou a forma correta de pegar o lápis, ele se recusava. Todo cheio de si dizia que tinha o seu jeito, e que não queria seguir nossa orientação. Rafa sempre foi muito teimoso. E para lidar com ele, muitas vezes, era preciso muitas manobras, muito jeitinho da nossa parte. Por conta disso sempre achei que o moleque ia dar muito trabalho na escola, que desobedeceria a professora, que fosse teimoso e se recusasse a fazer uma ou outra atividade. 

Mas, como o mundo é redondo e a maternidade não é uma receita de bolo esse ano tem sido um ano de muitas descobertas pra mim. Descobri que eu não conhecia o Rafa. Eu conhecia sim, o Rafa filho, o Rafa irmão, o Rafa neto. Agora, o Rafa aluno, o Rafa paciente, o Rafa amigo, esse eu definitivamente não conhecia. E não fazia ideia de que ele pudesse ser tão diferente em cada papel que assume na sociedade. Ouvi mais de uma vez a professora dizer que meu menino é super atencioso, envolvido, comprometido e participativo com as tarefas da escola. Rafa é comportado, disciplinado e obediente no ambiente escolar. Não que em casa ele seja desobediente, mas Rafa é questionador, não é o tipo de criança que "segue a cartilha", que aceita fácil, que faz pra agradar. Se eu mando ele guardar um brinquedo, ele não faz isso de pronto. Ele enrola, questiona, faz que não escuta, pergunta se pode deixar pra depois, pede ajuda. Quando esgota suas tentativas, ele finalmente guarda. Na escola não, esse Rafa não existe. Lá ele dá lugar para um menino mais independente, responsável, com sede de aprender. 

Recentemente meu menino começou a fazer acompanhamento com a fonoaudióloga. E, ontem, pra minha surpresa, ela lascou um elogio : "Rafa é concentrado, tem vontade de aprender logo, é dedicado, é maduro". O elogio não saiu da minha cabeça e acabou inspirando esse texto. Logo eu, que sempre achei que o Rafa era teimoso, meio desligado, muitas vezes tirador de sarro, difícil de lidar em algumas situações e quase impossível de convencê-lo de algo quando ele não quer fazer. Eu reconheço sua maturidade em alguns comportamentos em casa também. Rafa come sozinho, pede pra usar garfo e faca, dorme sozinho, vai ao banheiro sozinho, tem sede por independência. Mas o comportamento centrado, concentrado e aplicado do Rafa pra mim é uma surpresa. Surpresa boa, claro. Mas que deu uma sensaçãozinha agora, de repente, de não conhecer exatamente quem é meu próprio filho. Quem é esse molequinho de 4 anos, que guarda tantos mistérios dentro de si? E, a certeza: filhos nos surpreendem a vida toda, afinal estamos suscetíveis a mudanças dia a dia. Tô curtindo essa fase de desvendar: quem é o Rafa! 

E, você? Já foi surpreendida pelo seu filho alguma vez? Conte pra nós. 

Quem é o Rafa, afinal? Na foto, Rafa vestido de
Pequeno Príncipe! 








2 comentários:

  1. Bem... Eu tenho uma teoria dos segundos filhos: são os mais complicados, difíceis, teimosos, manhosos, ciumentos... Há exceções! Mas, a minha filha não é uma delas! Quando pequena, teve um irmão muito protetor que deixou ela mal acostumada, manhosa e teimosa, sempre competindo comigo. Mas na escola, era prestativa, não brigava, uma verdadeira lady. Depois dos 8, virou uma lady em casa , também. Mas continuou com algumas manhas. Agora adulta, somos muito amigas.

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    1. Nossa Regina, lendo seu comentário parecia que estava escrevendo sobre o Matheus e o Rafael! Mat, meu primogênito, é exatamente assim com o irmão. E, Rafa, o caçula, como a sua. Será que o Rafa andou pegando umas dicas com a Marcela por aí e não sabemos? rs Que o desfecho aqui seja como foi aí! bjão querida

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