quinta-feira, 5 de junho de 2014

NATAÇÃO INFANTIL: mergulhe nessa ideia!

"Pula pula pipoquinha. Vai pulando sem parar. Vamos dar uma voltiiiiiiinha e fazer uma bolinha!" 

Ao som dessa e de tantas outras musiquinhas infantis, meus filhos perderam a aflição que tinham de mergulhar o rosto na água. Sim, meus filhos, no plural! Os dois tinham aflição de água no rosto quando pequenos. Matheus começou a frequentar as aulas de natação aos 3 anos. Lembro até hoje dele assistindo a um episódio dos Backyardigans, onde um dos personagens rechonchudos da série nadava no mar. Ele não titubeou: "Mãe, quero aprender a nadar!". A mãe, medrosa assumida de água, não pensou duas vezes: bora matricular esse molequinho para não herdar a fobia da mãe! Com o Rafa foi a mesma coisa. Só que a inspiração para ele nadar foi o próprio irmão. A diferença é que Matheus, embora não gostasse de afundar o rosto na água, sempre foi um peixinho, adora mar, piscina, qualquer banheira com água. Já o Rafa não... teve medo de banho, por um período não queria lavar os cabelos para não escorrer água pelo rosto e, mesmo acompanhando o irmão nas aulas de natação desde a barriga, demorou para aceitar a ideia. 

O fato é que aprender a nadar é muito importante. De acordo com a pediatra Bethania de Arruda Mota Galvão a natação é extremamente positiva para as crianças. "Desenvolve senso de espaço e equilíbrio, estimula o desenvolvimento motor e sensorial, auxilia no desenvolvimento das vias respiratórias e musculatura global", explica. E os benefícios vão além. Segundo a professora de educação física, Mayara Cândido, a natação ainda é importante na questão da sobrevivência ao meio líquido, no convívio social e é um esporte que pode ser inserido na vida da criança muito cedo, quando ainda é um bebê. 


Matheus e sua paixão pelo nado costas: 
tranquilo, sereno, parece relaxar 
entre uma braçada e outra!


A partir dos seis meses de idade o bebê já pode frequentar as aulas de natação. De acordo com a pediatra, a partir dessa fase eles têm melhor controle sobre os movimentos do corpo, interagem melhor com os pais e têm um melhor desenvolvimento da visão, o que auxilia muito nas aulas. "O ideal é que o bebê sempre esteja acompanhado de um dos pais durante as aulas", orienta. O objetivo nessa fase é basicamente o desenvolvimento das habilidades motoras e respiratórias. Por meio de atividades lúdicas, com muita brincadeira é possível perceber resultados importantes como a melhora da capacidade cardio-respiratória, a coordenação, o equilíbrio, a força, a percepção tátil e visual. "Proporciona também uma maior interação com a mãe de forma que ela sirva como referência para o bebê desenvolver várias habilidades", explica Mayara. 

Em geral, até o quarto ano de vida a criança ainda não tem como adquirir técnicas de natação. A partir dos cinco anos é possível iniciar a parte técnica dos nados mais simples e, por volta dos sete anos, quando ela está com um pouco mais de maturidade e entendimento, são passados os demais. "O aprendizado depende muito do desenvolvimento de cada criança", explica Mayara. 

Respeitar os limites e o tempo de cada criança é fundamental. Talvez o segredo seja não ter pressa. Afinal, o esporte por si só oferece tantos benefícios, que o menos importante nesse momento é apressar o aprendizado e até causar uma ansiedade desnecessária no pequeno. A interação e a sociabilização das crianças durante a aula também é de suma importância. "Usamos uma forma lúdica para que isso aconteça da forma mais natural possível, como músicas que conquistam a aproximação deles, deixar com que eles façam o movimento com outras crianças, como nadar de mãos dadas, por exemplo. Existem várias maneiras para incentivar a sociabilização durante a pratica do esporte", explica a professora. 


Matheus e Mayara: 
brincadeira no final da aula!


A participação em festivais, organizados por algumas academias, também pode ser muito benéfica. Neles todos os alunos participam, demonstram o que aprenderam, são estimulados à essa prática esportiva e, no final são premiados com uma medalha, uma estrela ou algo que deixe a criança feliz por ter completado a prova. Há também, para os "maiorzinhos", os campeonatos, onde o ganhar e perder é trabalhado. "Para iniciar em competições, aconselho que seja a partir dos 7 anos, onde a criança já tem uma técnica um pouco mais apurada, e tem condições físicas o suficiente para enfrentar tamanha adrenalina", explica Mayara. 




Rafa durante aula de natação: brincadeiras,
 música e muita diversão para ter
autonomia no meio líquido. 


Segundo a pediatra, qualquer tipo de esporte é sempre um ótimo estimulo para as crianças. Se for com o apoio dos pais é ainda melhor. "No caso da natação o único inconveniente é para as crianças com infecções repetidas de vias aéreas (otites, amigdalites, pneumonias, sinusites). O ideal, nesses casos, é evitar as aulas de natação durante os quadros infecciosos, mas retornar as aulas após a melhora, já que a natação é bem eficaz no desenvolvimento das vias aéreas", explica. E completa: "Temos mucos, cílios em toda a nossa via respiratória para nos proteger. No caso dos ouvidos, o mais temido pelos pais, temos cerúmen, que é uma proteção natural e a melhor que existe. Em crianças com otites de repetição, fora de processos infecciosos, deve-se usar tampões nos ouvidos", completa. 

Então, o que você está esperando? Vamos colocar a molecada pra nadar? 




Fontes: 
Mayara Candido é professora de Educação Física formada desde 2010 pela Universidade Paulista e trabalha com natação há 7 anos, começando como estagiaria. Atualmente é uma das responsáveis aquáticos e professora na Academia Fitness Friends.

Dra. Bethânia de Arruda Mota Galvão - médica pediatra - CRM 96337



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