Irmaõs: quando Mat ainda achava que o Rafa
era um bebê chato, que não sabia brincar!
Um dia, quando o Matheus tinha alguns poucos dias de vida, resolvi acessar esses sites que fazem mapa astral online e fiz o do meu pequeno. Entre as tantas linhas com suas possíveis características, uma delas me chamou a atenção. Dizia que "aquele bebê" seria um excelente irmão mais velho. Achei curioso e engraçado. Difícil imaginar uma coisa dessas quando estamos diante de um bebê tão frágil e pequenino. Sequer sabíamos se um dia ele teria um irmão para podermos confirmar a tal previsão. Dei risada. Não levei à sério. E guardei aquele papel impresso, que ficou esquecido numa caixa por vários anos.
O fato é que há quatro anos, Matheus ganhou o título de irmão mais velho. E, como todo irmão que ganha um irmãozinho, ele foi ciumento no início, fez muitas peripécias para chamar a nossa atenção (e com isso desviar, mesmo que por alguns segundos, a atenção dada ao irmãozinho), disse que o irmão era chato por que não sabia brincar (sim, ele queria que o Rafa brincasse aos dois meses de vida!).
Mas o tempo passou e percebíamos, que mesmo achando o irmão sem graça, ele era cuidadoso. Quando Rafa chorava, ele corria para balançar o carrinho. Se o pequeno ameaçava rolar, ele corria para nos chamar pedindo um socorro. Quando Rafael caia, então, Mat largava os brinquedos e corria na frente de todo mundo para tentar socorrê-lo. Dizia que ia ensinar o irmão a brincar de carrinho e cumpriu sua promessa com muita competência! Tinha ciúme dos brinquedos, mas aos poucos Rafa foi ganhando a confiança do irmão, que passou a dividi-los naturalmente e sem sofrimento. "Rafa, não coloque isso na boca, é perigoso"; "Rafa, não sobe aí, que você vai cair", "Rafa vem aqui que vou te ensinar o passe novo que aprendi no futebol". Ouvindo, observando, curtindo o irmão, Matheus sempre, do seu jeitinho, estava cuidando do Rafael.
Os dois, juntos, brincando no
espaço do shopping
Ontem fomos a um espaço de brincadeiras montado por um canal de TV em um shopping no Alphaville. A ordem era clara: mães não podiam entrar, apenas crianças a partir de 4 anos. E os dois foram. Rafa com a confiança de quem estava ao lado do seu ídolo. Seu grande ídolo. Matheus com a postura de quem ia cuidar do mais novo, sem perder a alegria de ser criança. De fora, vez ou outra eu conseguia espia-los. É lindo de viver... Matheus botava Rafa na sua frente na hora do "tumulto", orientava o pequeno quando estava perdido com o que tinha que fazer, ajudava a pegar coisas que o Rafa não alcançava. Tudo com muita leveza, com sorriso no rosto, se divertindo, sem pressão, sem cobranças, sem o peso do "tenho que cuidar", afinal, nunca cobramos isso dele. Mat é um irmão mais velho nato! É um típico canceriano. É família, é protetor, é carente, gosta de carinho e dá muito carinho para quem ama. Não é a toa que Rafa gosta tanto dele.
Costumamos brincar aqui em casa que o Rafa "escolheu" nossa família por que queria ser irmão do Matheus. A sintonia dos dois é apaixonante. Como pode duas criaturinhas tão diferentes, com personalidades tão distintas, serem tão ligadas? É mais uma prova de que os opostos realmente se atraem! Claro, eles brigam, se desentendem, como todos os irmãos. Mas se amam e a postura de "cuidador" que o Matheus tem para com o irmão realmente chama a atenção.
E escrevendo esse texto lembro do mapa astral feito há quase oito anos... não é que o danado acertou essa característica do meu bebê, que hoje se revelou um excelente irmão mais velho...
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