Estávamos felizes da vida com a notícia. Aos poucos começamos a contar aos parentes e amigos. A novidade também chegou aos colegas de trabalho. Mas uma pessoa ainda não sabia: o Matheus. Como contar pra ele, até agora filho único, paparicado por todo mundo o tempo todo, que ele teria um irmãozinho(a)? E mais, como fazer essa pequena criatura de três anos entender que pode sim ser legal ter um irmão, que não é o fim do mundo ter que dividir brinquedos? Claro, que a tarefa de fazer a "comunicação oficial" ficou pra mim. Percebi que ele estava desconfiado, já que muitas pessoas estavam telefonando lá em casa para nos parabenizar. Uma manhã, aproveitei um momento que estávamos conversando e disse: "Tenho uma novidade pra te contar. Tem um bebê bem pequenininho na minha barriga, que vai ser seu irmãozinho(a)." Ele olhou bem no fundo dos meus olhos e disse o que eu nunca imaginava ouvir: "Mamãe, não quero falar sobre isso agora", e saiu andando pra sala. Fiquei arrasada. Nunca imaginei ouvir isso do meu pequeno. E confesso, que desde que começamos a pensar em engravidar novamente, essa questão me preocupava...
Passados alguns dias, ele começou a tocar no assunto. Dava um beijo aqui, perguntava qual era o tamanho do irmãozinho, quando ele ia sair da minha barriga. Pedia para olhar as minhas fotos da primeira gravidez, as fotos dele ainda na sala de parto e aos poucos o assunto já não era mais "proibido".
Agora, quase todos os dias ele solta um "Bom dia nenê" com a boca praticamente grudada na minha barriga. Vez ou outra ele diz "Esse nenê é muito preguiçoso... nunca me responde!". As vezes, diz que vai lutar com o bebê, outras diz que vai botar chupeta quando ele(a) chorar e por aí vai...
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