E não foi de repente que me tornei mãe.
Planejei. Desejei. Esperei.
E mesmo assim, querendo tanto, descubro a maternidade a cada dia. A cada fase dos meus filhos.
Ninguém disse que seria fácil.
Assim como ninguém disse que teria uma receita pronta de como sair de cada saia justa da vida.
Ufa! Sou mãe!
E como é lindo depois de 9 meses pegar seu bebezinho nos braços e reconhecer um pouquinho de você naquele serzinho tão pequeno.
E como é tenso, ainda na maternidade, imaginar que você terá que descobrir as razões de um choro sem que ouça com palavras o que aquela criaturinha realmente quer. .
E, aqui vale um parênteses, como pode um bebê tão pequeno chorar tão alto quando quer alguma coisa!
E como é gratificante você descobrir que, de uma hora pra outra, se tornará uma fera em fazer bebês pararem de chorar e reconhecer se aquele choro é de fome, de sono, de dor ou porque está na hora de trocar as fraldas.
Ufa! Sou mãe!
E de uma hora pra outra me tornei a pessoa mais culpada do mundo.
Porque tudo (ou quase tudo) é culpa da mãe.
"Ele é assim porque ela mimou muito"
"Ele é manhoso porque ela só fica com ele no colo"
"Ele não come chuchu com repolho porque ela não insistiu quando ele era pequeno"
E em nenhum momento a possibilidade de que chuchu com repolho pode ser repugnante para outros paladares é levada em consideração...
Ufa! Sou mãe!
E com o passar do tempo descubro que não sou só a pessoa mais culpada, mas também a mais julgada do mundo.
"Você tem que ser forte e mandá-lo para o berçário aos 4 meses, afinal a vida é assim"
E aí você resiste, porque tem uma segunda opção que não o berçário. Mais aí rapidamente surgem outras soluções.
"Ele precisa conviver com outras crianças. Está na hora de ir para escola"
E você escuta isso de uma, duas, três, dezenas de pessoas. E não concorda, afinal seu filho tem apenas 1 aninho, não sabe falar, está aprendendo a dar os primeiros passos e, sim, tem convívio com outros bebês durante o solzinho da manhã no condomínio onde mora.
Aí o tempo passa mais um pouco e você já se tornou um ET para a sociedade. Afinal, seu filhó já tem 2 anos e ainda não vai para escola.
"Você vai se arrepender. Ele vai ficar atrasado em relação às outras crianças"
E eu, como um ET assumido, não consigo entender o que será esse "atraso" levando em conta que meu filho acabou de nascer. E, pior ainda, que raio de corrida é essa que ele precisa competir com outras crianças para chegar a algum lugar. Se ele tem apenas 2 anos...
E enfim, chega a hora deles irem para a escola. A média aqui foi com 3 anos. Matheus um pouco mais cedo. Rafael um pouco depois. Agora sim as pessoas ficaram felizes. São seres inseridos na sociedade. Até então eram ogrinhos bichos do mato que viviam na selva. Praticamente excluídos do mundo e da vida. Uma aberração. Não. Não eram. Eram crianças livres, felizes, que brincavam muito, que mexiam em massinhas, que espalhavam brinquedos pela casa, que corriam pelo prédio atrás de outras crianças, que apenas ainda não iam para a escola. Só isso.
Ufa! Sou mãe!
E assim como outras mães quantas bobagens já escutei desde que me tornei mãe.
São julgamentos infundados como se a maternidade fosse uma receita de bolo.
É meio que um raciocínio tolo assim "Se meu filho foi pra escola porque eu precisava voltar a trabalhar, todos os outros devem ir para eu não me sentir culpada".
É um sentimento que chega a ser autoritário de acreditar que o o seu exemplo é o certo e o que deve ser seguido.
Ok. Acredito que exemplos devem ser compartilhados, afinal podem ajudar outras pessoas. Mas apenas compartilhado! É aquele velho ditado, o que foi bom pra mim, nem sempre será para você baby!
Ufa! Sou mãe!
E descobri que é possível sim um coração bater fora do seu próprio peito.
Senti na pele os significados das palavras abdicação, doação, renúncia.
Aprendi que uma conquista do filho vale tanto quanto (ou até mais) do que uma conquista pessoal.
Que é possível passar uma noite em claro com um filho doente e se manter firme e forte durante o dia seguinte porque ele ainda precisa de cuidados.
Descobri que é possível passar um longo período sem comprar tênis novos, porque todas as vezes que você cogitou essa possibilidade percebia que os pezinhos do seu filho tinham crescido e precisavam de um par novo.
Ufa! Sou mãe!
E assim como todas as outras aprendo a ser mãe a cada dia.
Não sou a melhor, nem a pior. Afinal, nesse papel de ser mãe não existe competição. Apenas somos as melhores mães que nossos filhos poderiam ter. E ponto!
Esse post era para ser publicado no Dia das Mães. Mas no domingo eu estava muito ocupada sendo mãe, por isso ele vem só agora... afinal, dia das mães é todo dia, não?
Ufa! Como é bom ser mãe!
Mãe e filhos fazendo o que mais gostam: sendo feliz! |
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