sábado, 26 de maio de 2018

FAMÍLIA - Quando você vira um pouco mãe da sua própria mãe

Vó com os netos e netas:
Timão eôooo!
Sou mãe, mas também sou filha. E as vezes esses dois papéis se misturam e se confundem. 

Minha mãe é daquelas mãezonas, que faz tudo e mais um pouco pra agradar quando a gente chega na casa dela. "Quer um café com leite?", "Posso fazer um lanchinho? O pão tá fresquinho!", "Me dá aqui essa calça que faço a barra direito!", ela está sempre resolvendo alguma pendência. 

Por conta de tanta vitalidade e disposição pra dar e vender, apesar de todas as limitações físicas que o peso da idade já deixou, nunca me vi mãe da minha mãe. Mas de uns tempos pra cá, uma pitadinha desse sentimento tem começado a surgir. 

Minha mãe está com 76 anos de idade. Carrega o histórico de ter passado por três cirurgias para colocar próteses no joelho e um tendão rompido parcialmente nos ombros, que limita um pouquinho seus movimentos de levantar e abaixar os braços. Mas nada para essa velhinha é problema. Com seu Chevettinho 88, ela vai pra baixo e pra cima resolver sua vida. Ela mesma faz suas compras de supermercado. Faz hidroginástica e aula de tai shi junto com um grupo da terceira idade. Adora um cineminha com as irmãs e reunir os filhos dentro de casa. Mas, percebemos que alguns passeios ela acaba não fazendo por não saber como chegar ou não ficar sabendo por não acessar a internet, por exemplo. 

Corinthianos unidos na Arena do timão! 
No início do mês a "galera" se reuniu para levá-la até a Arena Corinthians para assistir a um jogo do Corinthians. Corinthiana roxa, ela já tinha ido várias vezes assistir jogos em estádio ao lado da vida, mas nunca na Arena. Ano passado os filhos foram, mas como não conseguiram ingressos no mesmo setor, não a levamos. E ela reclamou. Mostrou sua insatisfação e revelou a vontade que tinha de conhecer a arena ao vivo e a cores. E, no início do mês conseguimos realizar o sonho da velhinha. Ao todo fomos em 10 pessoas acompanhá-la entre filhos, netos, sobrinhos e irmão. Foi uma festa. Assim que ela chegou no seu lugar na arquibancada e olhou ao redor para reconhecer o ambiente, as lágrimas saíram dos olhos. Ela olhou pra mim e disse "Vivi pra ver isso de perto. Estou emocionada!", falou. E durante toda a partida ela gritou, vibrou, torceu pro seu time do coração. 

E ontem foi dia de novamente levar a minha velhinha pra um passeio especial. Em meados dos anos 80, minha mãe trabalhou no Memorial da América Latina. Fez parte da equipe que começou a trabalhar no espaço antes mesmo da sua inauguração e lá permaneceu por 5 anos. O Memorial sem dúvida nenhuma tem um espacinho especial em seu coração e a faz lembrar de muitas situações marcantes de sua vida. Há muitos anos que ela não entrava no Memorial e mais ainda que não assistia a um espetáculo no auditório de lá. Ontem eu e o meu marido a levamos para assistir a um show super especial: Orquestra Jazz Sinfônica tocando reggae num evento chamado Reggae in Concert. Foi emocionante. Primeiro porque a cada passo que ela dava auditório a dentro, ficava nítida a satisfação no seu olhar. "Nossa, como aqui continua lindo!", ela dizia. Quando entrou no auditório e sentou-se na poltrona minutos antes do show começar ela começou a relembrar os shows que havia assistido ali e também do dia em que estava passando pelo palco, que estava escuro, e caiu platéia abaixo. "Aquela queda foi inesquecível...", lembrou. com ar de riso. E, assim que o show começou ela se encantou. Quando o maestro anunciou que o show estava chegando ao fim, ela reclamou: "Mas já? Foi rápido demais... nem vi a hora passar". Olhou pra mim, agradeceu e disse: "Quero voltar mais vezes, pode me trazer, ta?", intimou. 

Ah, mãe, que alegria poder desfrutar desses momentos com você! 
Se Deus quiser ainda vamos viver muitos momentos especiais juntas. 
Te amo! 



Mãe, filha e gento no Reggae Concert,
no Memorial da América Latina





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