segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O INCRÍVEL MUNDO DE GAMBALL - Quando o "mau exemplo" rende uma boa conversa em família

Matheus e os personagens do desenho
"O Incrível Mundo de Gamball"


Não é de hoje que a família do desenho animado "O Incrível Mundo de Gamball", exibido no canal infantil Cartoon Network, "invadiu" nossa casa. Também não é de hoje que observo a família do personagem principal com um olhar mais atento. E essas observações já foram assunto aqui em casa entre eu e o maridão e até em rodinha de amigos. Não tem como não chamar a atenção o comportamento do pai Ricardo, da mãe e dos três filhos do casal. Mas o fato é que dia desses, sem mais nem menos, estávamos no carro e o Matheus começou a falar sobre um episódio que tinha assistido naquele dia e, para minha surpresa, começou a dar suas impressões sobre o desenho animado. Matheus foi além do que tinha visto. Não só relatou a cena, mas começou a falar sobre o comportamento, principalmente, do pai Ricardo. E, aproveitando a deixa que ele deu, nosso papo foi muito além do desenho em si. Falamos sobre comportamento, relação pai x filho, a importância de se ter maturidade, independência, segurança e auto-estima. Tudo isso com um menino de 8 anos! 

Ricardo Watterson é um coelho cor de rosa, acima do peso, sedentário, que não tem trabalho e gosta de assistir TV sempre que pode. Ele não possui nenhum grau de responsabilidade e senso comum. Se comporta como um moleque e é sempre muito infantil. Gosta de jogos de computador, de ficar esparramado no sofá e de comer a comida dos filhos. Conclusão: Ricardo é um irresponsável! A esposa, Nicole, é meio que a general da casa. É quem comanda a família, quem tem responsabilidade e acaba sendo mãe do próprio marido. Confesso, que a primeira vez que assisti ao desenho, pensei: "Meu Deus, que exemplo ruim esse cara dá para as crianças!"

Nessa conversa, Matheus mostrou suas impressões: "Mãe, o pai Ricardo não é uma pessoa má. Ele parece que não quis crescer. Se comporta igual uma criança. As vezes ele parece mais criança que os próprios filhos! E isso não é legal!", diz. E depois, veio a sua constatação: "Sabe o que vi outro dia. A mãe do Ricardo, a vó do Gamball, sempre fez tudo pra ele. Vi num episódio que quando ele ainda era criança ela não deixava ele fazer nada sozinho. Ela é mais mandona e nunca deixava ele ter autonomia sabe? Mãe, será que é por isso que o Ricardo ficou desse jeito?"

Prato cheio para uma mãe falar sobre independência, responsabilidade, autonomia e maturidade, não? Nossa conversa foi parar na importância dele mesmo, o Matheus, dobrar seu pijama, arrumar sua cama, escolher a roupa que irá vestir, escovar os dentes, amarrar os sapatos. Falamos sobre o quão importante é tornar-se independente e seguro de si. Ele mesmo lembrou que depois que aprendeu a amarrar seus tênis não precisou mais depender da professora depois da aula de judô, por exemplo. Lembrou de como ficou feliz, quando ainda era pequeno, e aprendeu a colocar a pasta de dentes na escova e escovar os dentes sozinho na escola. E como esses aprendizados, que no início eram difíceis, se tornaram corriqueiros hoje em dia em sua vida. 

É... pai Ricardo não é nenhum exemplo a ser seguido, mas reconheço que ele rendeu uma boa conversa por aqui sobre como não ser como ele! E aí lembrei de quando assisti o desenho pela primeira vez e pensei em não deixar os meninos assisti-lo. Ainda bem que deixei. Nesse caso, o "mau exemplo" deu certo. Matheus entendeu o recado direitinho. 

Parabéns, Matheus, por conseguir reconhecer o que deve e o que não deve ser seguido em um personagem de desenho na TV. 


Matheus e a família Watterson! 



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