Eu corro muito... e essa corrida incessante tem me incomodado.
Sim, falta pouco, muito pouco para ele nos alcançar |
O corpo cansa, mas a mente anda muito mais cansada.
Os acúmulos de trabalho e funções desgastam o físico e o emocional.
A sensação é de que o dia precisava ter 30 horas e que mesmo assim seria pouco.
A vontade é de desacelerar... de conseguir contemplar uma noite estrelada, curtir um dia ensolarado, parar para observar o barulho do mar.
"O tempo vôa", é o que todos dizem por ai nas redes sociais. A cada nova foto que o Facebook traz de lembranças ficamos chocados. "Como eles eram pequeninos", "Parece que foi ontem que tiramos esta foto", "Que saudade do tempo em que eles cabiam em nossos braços" são os comentários na maioria das vezes.
A vontade é de desacelerar... mas como fazer isso se o boleto da mensalidade da escola vence pontualmente todo dia 6. Como parar se não podemos ficar sem o plano de saúde, que está o olho da cara. Como diminuir o ritmo se o salário não chega nem na metade do mês... Como descansar se precisamos acumular dois, três trabalhos para garantir o pão de cada dia.
A vida não anda fácil. A vontade é, muitas vezes, jogar tudo pro alto. E viva a escola pública. E viva o SUS. E viva a vida sem tantas preocupações. Mas a sanidade logo volta ao normal e se queremos dar o melhor (ou pelo menos o que achamos que é melhor) para nossos filhos, continuamos correndo.
Mas nessa corda banda, entre correr, trabalhar e viver é preciso ainda ser presente para eles. Senão nada disso faria sentido. E quando você termina sua terceira, quarta jornada do dia ainda tem um serzinho pedindo para ajudar na lição de casa ou para jogar uma partida de UNO em família no sofá.
É... realmente o dia precisava ter 50 horas... E o corpo deveria ser como a armadura do homem de ferro... E o emocional, ah, o emocional... deveria ser livre de tantas preocupações.
Porque no fundo, bem lá no fundo, a vida não anda fácil, mas ela é única e não podemos (e não devemos) desperdiçar um minutinho sequer.
Amo vocês, razões da minha vida, do meu cansaço e, principalmente, das minhas alegrias!
Meu pequeno, que de pequeno não tem nada! |