Um mês.
Falta exatamente um mês para o meu caçula completar 7 anos.
Um mês.
Ele, se pudesse, adiantaria o relógio.
E eu?
Ahhhh eu, se pudesse, deixaria o tempo passar lentamente, bem devagar, para aproveitar cada minutinho dos seus 6 anos.
Passaria horas olhando seus movimentos, acompanhando seu crescimento, dando risadas das suas risadas. Admiraria cada movimento do seu rosto, escutaria cada palavrinha que saísse da sua boca, responderia todas as suas perguntas. Ok, faço isso normalmente. Mas, se mais tempo tivesse, poderia curtir cada minutinho sem me preocupar que está na hora de ir pra escola, sem ter pressa pra dar o almoço, sem ter que correr contra o relógio que insiste em correr.
Um mês!
E o filme começa a voltar na minha cabeça...
Como assim meu bebê de ontem já vai completar 7 anos?
Quando aquele bebê chorão de ontem se transformou nesse menino curioso, tagarela e cheio de energia?
Ah tempo... você podia ser mais bacana e pegar mais leve, né?
Esta fase está tão gostosa! Deixa a gente curtir mais um pouquinho, vai?
Tudo bem que o Rafa quer acelerar o relógio... quer ser menino grande, tem pressa de viver, de crescer, de descobrir, de explorar tudo o que surgir no seu caminho. Tem pressa de conhecer, de falar, de ouvir...
Hoje pela manhã, quando ele se deu conta que falta um mês para seu tão esperado aniversário, ele disse: "Ahhhhh tudo isso? Um mês é muita coisa!".
Não Rafa... se os últimos 7 anos passaram tão rápido, um mês vai ser na velocidade de um estalar de dedos.
Rafa você vai me desculpar, mas dessa vez não vou concordar com você, tá? E vou torcer para que os próximos 30 dias passem lentaaaaaaaaamennnnnnnte... e que possamos aproveitar cada segundinho dos nossos dias, porque a única certeza que temos é que os seus 6 anos não voltarão mais...
Te amo meu docinho!
Te amo!
Sempre pensei que tiraria de letra o segundo filho, afinal já possuía a experiência de ser mãe. Caí do cavalo! Tirando a parte prática - digo: dar banho, amamentar, trocar fraldas -, todo o resto é novidade, afinal são dois seres distintos, com personalidades, temperamentos, qualidades e defeitos completamente diferentes. Ensinando, cuidando e educando meus meninos, descubro a cada dia que tenho muito a aprender com cada um deles. E são essas experiências que pretendo registrar por aqui.
quarta-feira, 29 de março de 2017
terça-feira, 28 de março de 2017
COMPORTAMENTO - Os maridos que eu espero para minhas NORAS
Está circulando nas redes sociais um texto bem humorado destacando os atributos e qualidades do ator Rodrigo Hilbert. Lá o autor brinca com o fato do Rodrigo ter inúmeras qualidades e habilidades, inclusive domésticas, além de ser boa pinta e ter uma esposa linda. Para quem não leu ainda, fica o link AQUI
Enfim, brincadeiras a parte, lendo o texto e os comentários sobre ele parei para pensar o que quero para meus filhos e como espero que eles sejam quando adultos. Viajei nos meus pensamentos e fui levada mais adiante. Do futuro, nada sabemos. Não sei se eles dividirão o mesmo teto com uma companheira e constituirão família. Não sei se vão dividir apartamento com amigos. Se irão morar sozinhos ou se continuarão por muito tempo na casa dos pais. O fato é que independente do rumo que cada um tomar em suas vidas eles serão cidadãos independentes e, só por isso (ou por tudo isso) precisam aprender a se virar sozinhos.
A salada de frutas do domingo foi feita a quatro mãos, pelos irmãos |
Matheus tem 10 anos. É o tipo mais tranquilão, que adora passar as primeiras horas da manhã de pijama, largado no sofá, quando pode. Ok, e quem não gosta? Matheus é criança e como toda criança ama brincar. E brinca muito nas suas horas de folga da escola. Mas meu pré-adolescente sabe também o quão importante é contribuir para as tarefas da casa. Há uns dois anos ele é responsável por arrumar a própria cama, guardar o pijama na gaveta e "virar gente", como costumamos brincar, pela manhã. Essa rotina já está incorporada à sua vida. De uns tempos pra cá ele também começou a recolher o lixo da casa e levar para a lixeira do condomínio. Não é uma regra ou uma tarefa exclusivamente dele, mas ele tem ajudado com muito empenho e responsabilidade. Porque ele já tem consciência, que contribuindo nessas pequenas tarefas vai diminuir os inúmeros afazeres domésticos do dia a dia. É aquela velha história, se todos ajudam sobra mais tempo para ficarmos juntos no final do dia.
Rafael tem 6 anos. Ainda não sabe arrumar a própria cama com o mesmo capricho e detalhes que o irmão mais velho. Mas já está no caminho. Mas a "praia" do Rafa é ajudar na cozinha. Meu mini masterchef está assumindo o posto de "fazedor de sucos" das refeições. Falou em suco, Rafa está na área! E essa tarefa não foi imposta, partiu do próprio baixinho que adora botar a mão na massa.
Pequenas tarefas como lavar saladas quando voltamos da feira, lavar frutas, preparar salada de frutas, alguma sobremesa mais simples e até receitas mais fáceis fazem parte da vida deles. Matheus não é tão próximo das panelas como o irmão, mas geralmente está disposto a aprender e, como é detalhista, em geral consegue realizar o que foi proposto com tranquilidade.
Rafa montando a lasanha |
Tanto Matheus, quanto Rafael sabem desde cedo que não existe divisão de trabalho por gênero dentro de casa. Lavar louça é obrigação de todo mundo, homens e mulheres, que querem viver num ambiente limpo e harmonioso. Deixar o guarda-roupa em ordem é dever de todo mundo, afinal, fica mais fácil de encontrar aquela roupa que queremos usar. Varrer o chão, estender a toalha de banho molhada, guardar o tênis na lavanderia, colocar e tirar a toalha da mesa são trabalhos em comum de quem vive debaixo do mesmo teto. Eles crescem vendo pai e mãe dividindo tarefas, compartilhando funções, aprendendo e ensinando, pois é assim que acreditamos que deve ser. E é assim que ficamos orgulhosos de saber que eles estão crescendo meninos dispostos, sem preconceito de fazer atividade A ou B, sem distinguir trabalho de "homem ou de mulher", sem machismo.
Se terei nora, não sei... mas se tiver espero de verdade "entregar" para elas dois homens lindos por fora e por dentro. Companheiros de verdade, que não só botarão comida dentro de casa, mas que dividirão as tarefas do lar com igualdade e respeito. Sem preconceito. Sempre.
sábado, 11 de março de 2017
RAFA - Quando um trabalho de escola traz uma avalanche de lembranças
Logo que nasceu, na UTI neonatal |
Mas, de repente, uma avalanche de lembranças e emoções tomou conta de mim. Como pode um serzinho ainda tão novo, que ainda sequer viveu longos anos de vida, trazer à tona tantas lembranças, saudades, a maior delas carregadas de alegria, outras que remetem a alguns momentos de dor, apreensão e ansiedade?
Rafa tem seis anos. Mês que vem completa sete. Poderia dizer sem titubear que ele "nasceu dia desses". Fecho os olhos e ainda lembro como foi quando recebi a notícia de que estava grávida de novo. Lembro perfeitamente do dia em que soube que seria um menino, o tão sonhado Rafael estava a caminho. Seguindo esse caminho imaginário lembro como se fosse hoje o dia em que me despedi da família e segui rumo ao centro cirúrgico para conhecer meu caçula. Era um misto de alegria e apreensão. Apreensão porque tinha deixado pra trás o filho mais velho, com apenas três anos e naquela hora bateu um medo lascado de que algo de ruim pudesse acontecer e me afastar dele. Alegria porque sabia que mais um pedacinho do meu coração estava prestes a bater fora de mim.
De olhos fechados e coração pulsando forte, lembro do choro agudo e intenso daquele bebezinho, que parecia querer dizer algo. Lembro dos três longos dias intermináveis em que ele precisou ficar na UTI nenonatal porque estava com desconforto respiratório. A explicação dos médicos era de que Rafa tinha tido um estranhamento da vida fora do útero. Nascer é um choque, né Rafa? E assim como o susto, que você levou ao nascer, você também deu alguns sustinhos em nós um tempo depois...
No aniversário de 1 aninho |
O primeiro foi exatamente essa experiência difícil de conviver com o ambiente de uma UTI. Acompanhar de perto o drama de famílias que passam muitas vezes meses com seus bebês nesses ambientes, muitas vezes entre a vida e a morte, é, no mínimo uma aula prática de gratidão e amor à vida. O problema do Rafa, graças à Deus, não era dos mais graves. Mas ali aprendemos e vivenciamos de pertinho que a vida pode ser muito frágil. E que cada momento deve ser vivido com intensidade e valorizado por tudo o que temos e somos.
Um tempo depois veio a notícia de que nosso bebê passaria pela primeira cirurgia para retirada de um cisto branquial. Hospital, anestesia, centro cirúrgico, pós operatório, muito choro - dele e nosso -. Mais uma experiência. Mais um passo. Aprendemos juntos a ser mais fortes. Anos depois, a segunda cirurgia. Já estávamos mais confiantes e, com isso, podemos dizer que tiramos de letra essa nova etapa.
Primeiro dia de aula, aos 3 anos |
Esse ano, com a mudança de escola, estávamos apreensivos. Mas, agora, vendo ele sair todos os dias do colégio tão alegre, falante, sorridente e contando suas aventuras com os novos amigos, é um presente para nós.
É Rafa, costumo dizer que não é por acaso esse nosso encontro nessa vida. Você veio para me ensinar muitas coisas, que eu precisava aprender e não poderia ter um "professor" melhor, do que você.
Que delícia fazer esse trabalho de escola com você... certamente ele está recheado de amor e muitas lembranças deliciosas, que ficarão para sempre em nossos corações.
Te amo, meu docinho! Hoje e sempre!
Formatura da Ed. Infantil - 2015 |
Assinar:
Postagens (Atom)