Particularmente não gosto muito dessa história de dia disso, dia daquilo. Mas quando vi que 23 de abril é o Dia do Livro achei que o "motivo" merecia um post especial. Não é de hoje que os livros fazem parte da minha vida. Quando pequena, morava em uma rua que ficava de frente para uma biblioteca pública. Cresci subindo a ladeira de paralelepípedos de mãos dadas com minha mãe para pegar um livro na biblioteca. Detalhe, minha mãe cursou até o antigo primário apenas. Mas como a "veinha" (que na época ainda era novinha) gostava de ler os romances e histórias "bonitas", como ela dizia, que encontrava entre a estantes daquele lugar. A tal biblioteca não era infantil e, por conta disso, a grande maioria dos títulos era para adultos. Tinha pouca coisa pra uma menina de seus 4, 5 anos, como eu. Mas lembro como se fosse hoje como gostava de circular por aqueles corredores, impecavelmente organizados por títulos de livros, gibis, revistas e jornais. Eu ainda sequer sabia ler e mal podia imaginar que um hábito prazeroso da minha mãe fosse interferir tanto em minha vida. Daí a prova de como o exemplo é importante para nossos filhos. O prazer que ela tinha pelos livros que levava pra casa, o passeio de mãos dadas com ela até a biblioteca e, depois, as risadas que eu escutava dela enquanto lia algo engraçado ficaram marcadas em minha memória.
Anos depois a mesma biblioteca era minha fonte de informação para trabalhos escolares. Pois é, naquela época não tinha google e o que restava era reunir a galera naquelas mesas gigantes ou muitas vezes até ir sozinha até lá para pesquisar nas enciclopédias os temas pedidos em trabalhos pelos professores. E não podia fazer barulho. A gente sussurrava, cochichava e ria baixinho para não levar uma bronca da funcionária da sala. E dá-lhe força nas mãos para escrever nas infinitas folhas de papel almaço. Sim, os trabalhos não eram digitados, baby!
Gibis, livros pequenos e mais tarde vieram os inesquecíveis títulos da série Vaga-Lume. Como a grana era curta, nem sempre dava pra comprar os livros que os professores pediam para ler. E, nessas horas, era a biblioteca que me salvava novamente. Talvez por isso não tenha sido difícil escolher qual profissão seguir. Muito cedo já dizia que seria jornalista. A paixão pelos livros e pela escrita despertou cedo. Alguns anos atrás, uma amiga sabendo dessa história comentou: "Olha só, sua mãe foi quem despertou a jornalista que existe em você!". Nunca tinha pensado nisso, mas certamente Dona Ivone influenciou sim, mesmo que indiretamente, nessa decisão.
E, como na vida, a história muitas vezes se repete, aqui não poderia ser diferente. Matheus cresceu rodeado pelos livros. Filho de mãe jornalista e pai funcionário de editora de livros, o moleque cresceu em volta de livrinhos infantis. Lá pelos 3 anos veio o pedido: "Mãe, me leva pra conhecer uma biblioteca". Levei um susto. E, claro, atendi seu pedido. Lembro até hoje da carinha de orgulhoso dele saindo de lá com uma carteirinha com seu nome. E em poucos meses a tal carteirinha estava cheia de carimbos (carteirinha igual a de antigamente por sinal!!!) dos livros que já tinha levado pra casa. Aliás, esse exercício de frequentar uma biblioteca é tão mágico e vai tão além dos livros, que muita gente deveria botar em prática. Trabalha o senso de responsabilidade, a ter cuidado com o que não é seu, o desapego, afinal você terá que devolver aquele livro gostando muito ou não.
Hoje, olhando para o Matheus, vejo que ele já foi "picado" pelo bichinho da leitura. E como é gostoso quando ele vem todo empolgado comentar algo interessante ou engraçado que acabou de ler em algum livro.
Ta aí uma prova de quanto o exemplo é importante na educação. Nem eu quando criança, nem Matheus agora fomos obrigados a ler. Ninguém nos disse que ler é importante e obrigatório. Ninguém nos deu essa obrigação. Mas a minha mãe e a "mãe dele" (eu!) aprendemos que ler é sim prazeroso e divertido e acabamos passando esse prazer indiretamente. Costumo dizer que Matheus hoje é me companheiro de leitura nas salas de espera da vida. E assim aprendemos juntos, trocamos informações e nos unimos cada vez mais.
E o Rafa nessa história? Embora ainda não saiba ler descobriu que curte à beça a nova biblioteca que foi inaugurada recentemente no Parque Villa Lobos, zona oeste aqui de São Paulo. E adivinha? Toda semana pede para trazer novos livrinhos pra casa. É... pensando bem acho que os livros merecem sim um dia para chamar de seu.
Parabéns, "livros"! Obrigada por nos transportar à tantos lugares incríveis sem sair do lugar! E obrigada "autores" por esse presente!
Mãe e filho: unidos na hora da leitura! |
E, como na vida, a história muitas vezes se repete, aqui não poderia ser diferente. Matheus cresceu rodeado pelos livros. Filho de mãe jornalista e pai funcionário de editora de livros, o moleque cresceu em volta de livrinhos infantis. Lá pelos 3 anos veio o pedido: "Mãe, me leva pra conhecer uma biblioteca". Levei um susto. E, claro, atendi seu pedido. Lembro até hoje da carinha de orgulhoso dele saindo de lá com uma carteirinha com seu nome. E em poucos meses a tal carteirinha estava cheia de carimbos (carteirinha igual a de antigamente por sinal!!!) dos livros que já tinha levado pra casa. Aliás, esse exercício de frequentar uma biblioteca é tão mágico e vai tão além dos livros, que muita gente deveria botar em prática. Trabalha o senso de responsabilidade, a ter cuidado com o que não é seu, o desapego, afinal você terá que devolver aquele livro gostando muito ou não.
Hoje, olhando para o Matheus, vejo que ele já foi "picado" pelo bichinho da leitura. E como é gostoso quando ele vem todo empolgado comentar algo interessante ou engraçado que acabou de ler em algum livro.
Ta aí uma prova de quanto o exemplo é importante na educação. Nem eu quando criança, nem Matheus agora fomos obrigados a ler. Ninguém nos disse que ler é importante e obrigatório. Ninguém nos deu essa obrigação. Mas a minha mãe e a "mãe dele" (eu!) aprendemos que ler é sim prazeroso e divertido e acabamos passando esse prazer indiretamente. Costumo dizer que Matheus hoje é me companheiro de leitura nas salas de espera da vida. E assim aprendemos juntos, trocamos informações e nos unimos cada vez mais.
E o Rafa nessa história? Embora ainda não saiba ler descobriu que curte à beça a nova biblioteca que foi inaugurada recentemente no Parque Villa Lobos, zona oeste aqui de São Paulo. E adivinha? Toda semana pede para trazer novos livrinhos pra casa. É... pensando bem acho que os livros merecem sim um dia para chamar de seu.
Parabéns, "livros"! Obrigada por nos transportar à tantos lugares incríveis sem sair do lugar! E obrigada "autores" por esse presente!
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